Reflexões sobre espaços livres na forma urbana / Organização de Silvio Soares Macedo, Vanderli Custódio, Verônica Garcia Donoso. – São Paulo: FAUUSP, 2018.
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Textos:
OS SISTEMAS DE ESPAÇOS LIVRES NA CONSTITUIÇÃO DA FORMA URBANA CONTEMPORÂNEA NO BRASIL: PRODUÇÃO E APROPRIAÇÃO – QUAPÁ-SEL II
Silvio Soares Macedo, Eugenio Fernandes Queiroga, Ana Cecília de Arruda Campos, Rogério Akamine, Fábio Mariz Gonçalves, Fany Galender, João Meyer, Jonathas M. P. Silva, Helena Silva Degreas, Vanderli Custódio
PRODUÇÃO CARTOGRÁFICA E ICONOGRÁFICA COMO INSTRUMENTO DE ANÁLISE
Silvio Soares Macedo, Ana Cecília de Arruda Campos
REESTRUTURAÇÃO TÉCNICO PRODUTIVA, FORMA URBANA E ESPAÇOS LIVRES
Vanderli Custódio
ESPAÇOS LIVRES NA FORMA URBANA: UMA RELAÇÃO SISTÊMICA. TRÊS CIDADES MÉDIAS
Ana Cecília de Arruda Campos, Eugenio Fernandes Queiroga, Vanderli Custódio
LUGAR PÚBLICO E FORMA URBANA NA URBANIZAÇÃO CONTEMPORÂNEA BRASILEIRA
Eugenio Fernandes Queiroga
O ESTUDO DOS ESPAÇOS LIVRES ASSOCIADOS AO SISTEMA VIÁRIO DAS CIDADES BRASILEIRAS
Fábio Mariz Gonçalves
FORMA URBANA E MULTIDISCIPLINARIDADE: CONTRIBUIÇÕES PARA A REVISÃO DO PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO DE SÃO PAULO
Eugenio Fernandes Queiroga, João Pires Meyer, Silvio Soares Macedo
SÃO PAULO, ÁREAS CENTRAIS, ESPAÇOS LIVRES E FORMA URBANA
Silvio Soares Macedo, Eugenio Fernandes Queiroga, João Meyer, Jonathas M. P. Silva, Rogério Akamine
POTENCIAL PARA O LAZER DOS PARQUES MUNICIPAIS
Luciana Satiko
SISTEMA DE ESPAÇOS LIVRES: ANÁLISE DO USO E APROPRIAÇÃO DE PARQUES NA CIDADE DE SÃO PAULO
Rogério Akamine
ESPAÇOS LIVRES CORPORATIVOS: UMA POSSIBILIDADE DE TRANSFORMAÇÃO DA PAISAGEM DA CIDADE DE SÃO PAULO
Fany Galender
SISTEMA DE ESPAÇOS LIVRES E FORMA URBANA DE UMUARAMA
Silvio Soares Macedo, Alexandre Fabbri Hulsmeyer
ANÁLISE COMPARATIVA DAS LEGISLAÇÕES URBANÍSTICAS E AMBIENTAIS EM ÁREAS DE URBANIZAÇÃO DISPERSA E FRAGMENTADA: ESTUDO
DE MUNICÍPIOS DO VETOR OESTE DA REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO
Leonardo Loyolla Coelho, Viviane Ribeiro Viana
REFLEXÕES SOBRE A DINÂMICA DA PRODUÇÃO IMOBILIÁRIA NA REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO: OS IMPACTOS FORMAIS E SOCIAIS DE EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS VOLTADOS PARA A FAIXA 1 DO PROGRAMA “MINHA CASA MINHA VIDA” E OS LANÇAMENTOS IMOBILIÁRIOS DE ALTO PADRÃO NA GRANJA VIANA
Verônica Garcia Donoso
APRESENTAÇÃO
Quando se fala em forma urbana de imediato nos vem a memória os trabalhos de Gordon Cullen e Kevin Lynch e de uma série de estudiosos europeus, como Conzen, Castaldi, Moudon e outros que durante o século XX desenvolveram estudos importantes sobre a forma das cidades, criando escolas de morfologia urbana, mas dedicando-se especialmente ao estudo dos fenômenos morfológicos europeus e eventualmente de cidades americanas, caso de Lynch. A América Latina, assim como a África e a maioria dos países da Ásia somente em estudos mais recentes têm sido abordadas com alguns exemplos pitorescos ou com algumas intervenções em áreas pobres, praticamente a experiência local sendo focalizada apenas pelos estudiosos de seus países, muitas vezes referenciada por métodos e procedimentos europeus e americanos de estudo.
Nos anos 1980, no Brasil, houve um grande interesse no estudo da forma urbana e do desenho urbano, tendo sido o Sedur – Seminário de Desenho Urbano, realizado em Brasília, um marco deste interesse. Naquela época participamos de três das suas quatro edições, tendo acompanhado as discussões levantadas por Frederico Holanda, Maria Elaine Kolsdhorf, Carlos Nelson dos Santos e outros mais.
Houve interrupção da série de eventos, mas os estudos continuam sendo elaborados, mas poucas são as publicações a respeito, como as de Frederico Holanda, sempre focalizando Brasília e de Vicente Del Rio. A maioria se constituindo de teses e dissertações de mestrado nem sempre divulgadas, apesar de sua importância no avanço do conhecimento.
A forma da cidade brasileira continua de fato bastante desconhecida na sua totalidade, apesar dos estudos feitos e de um modo um tanto isolado e fragmentado quando se trata de morfologia.
Por outro lado, os estudos ligados aos processos urbanísticos, aos conflitos sociais, ao planejamento urbano são comuns e grandes avanços têm sido feitos, mas a forma da cidade não faz parte destes estudos, que em geral tendem a dar pouco valor a constituição física da cidade e, portanto, à sua paisagem. Iniciamos na FAUUSP em 2006, uma série de pesquisas sobre espaços livres urbanos e a partir de 2012 associamos a estes estudos a busca pelo conhecimento da forma da cidade brasileira.
A forma é enfocada principalmente em sua materialidade e como meio de expressão física da paisagem urbana e como tal pode ser representada e apresentada. Os espaços livres são considerados
como infraestrutura urbana, pela qual ocorre significativa parte do cotidiano urbano. Este livro traz como conteúdo as primeiras reflexões realizadas pelo grupo de pesquisadores da rede QUAPÁ SEL de pesquisa, coordenados pelos pesquisadores do laboratório QUAPÁ – Quadro do Paisagismo no Brasil do departamento de Projeto da FAUUSP, durante os anos de 2011 e 2012, e são sobre o assunto forma urbana e o seu relacionamento intrínseco com o sistema de espaços livres da cidade.
É composto de uma série de 14 artigos e mostram uma parte dos resultados até então obtidos, (anos de 2013 e 2014).
• Os dois primeiros enfocam procedimentos metodológicos para análise e entendimento da forma e dos espaços livres urbanos;
• Seis (do 3 ao 8) refletem sobre a forma urbana com exemplos específicos;
• Três tratam do uso de parques e seus espaços livres, inclusive dos espaços livres corporativos (do 9 ao 11)
• O restante (do 12 ao 14) focalizam novos padrões morfológicos, como condomínios e loteamentos fechados e empreendimentos residenciais de classe média e alta e do programa “Minha Casa Minha Vida”. São eles:
1 “Os sistemas de espaços livres na constituição da forma urbana contemporânea no Brasil: produção e apropriação – Quapá Sel II”, de autoria de Silvio Soares Macedo, Eugenio Fernandes Queiroga, Ana Cecília de Arruda Campos, Rogério Akamine, Fábio Mariz Gonçalves, Fany Galender, João Meyer, Jonathas M. P. Silva, Helena Napoleon Degreas e Vanderli Custódio, que se constitui em uma apresentação do projeto temático de pesquisa em andamento no laboratório que gerou os trabalhos apresentados neste livro. Esta além de conter o projeto, com seus objetivos e procedimentos e seu estado de desenvolvimento em 2014, traz um texto reflexivo sobre forma urbana e sistema de espaços livres, que busca avançar sobre o estado da arte.
2 “Produção cartográfica e iconográfica como instrumento de análise” de autoria de parte dos pesquisadores do grupo e apresenta os procedimentos de documentação cartográfica em desenvolvimento no projeto e é de autoria de Silvio Soares Macedo e Ana Cecília M. de Arruda Campos apoiados pela equipe de pesquisadores discentes que colaboraram na formulação dos mapas temáticos os estudantes Rafael Lopez Pegoraro, Patricia Eiko Aguchiku, Fernanda Zironian Lobão, Luis Nascimento e Renan Cruz.
3 “Restruturação técnico produtiva, forma urbana e espaços livres”, de autoria de Vanderli Custódio, que apresenta uma relação entre as mudanças ocorridas no setor técnico-industrial na década de 1990 e as consequências para a consideração da forma urbana recente.
4 “Espaços livres na forma urbana: uma relação sistêmica. Três cidades médias”, de autoria de Ana Cecília Campos, Eugenio Queiroga e Vanderli Custódio que comparam as cidades de Campina Grande, Uberlândia e Uberaba.
5 “Lugar público e forma urbana na urbanização contemporânea brasileira” de autoria de Eugenio Queiroga e traz reflexões sobre a forma urbana brasileira e sua interrelação com o sistema de espaços livres.
6 “O estudo dos espaços livres associados ao sistema viário das cidades brasileiras”, de autoria de Fabio Mariz Gonçalves que desenvolve um texto sobre a rua como o mais importante elemento do sistema de espaços livres de uma cidade.
7 “Forma urbana e multidisciplinaridade: contribuições para a Revisão do Plano Diretor Estratégico de São Paulo”, de autoria de Eugênio Queiroga, João Meyer e Silvio Macedo que tecem considerações de como os espaços livres poderiam ser considerados no Plano Diretor de São Paulo.
8 “São Paulo, áreas centrais, espaços livres e forma urbana”, de autoria de Silvio Macedo, Eugênio Queiroga, João Meyer, Jonathas Silva e Rogério Akamine que refletem sobre as centralidades paulistanas sua morfologia e espaços livres.
9 “Potencial para o lazer dos parques municipais”, de autoria de Luciana Satiko que faz uma reflexão sobre o sistema de parques de São Paulo em 2013, focalizando em especial o “Programa 100 parques” da gestão municipal então em curso.
10 “Sistema de espaços livres: análise do uso e apropriação de parques na cidade de São Paulo”, de autoria de Rogério Akamine, traz resultados de pesquisas sobre a utilização de parques paulistanos, pesquisas estas que vem desenvolvendo há anos dentro do laboratório e do projeto temático.
11 “Espaços livres corporativos: uma possibilidade de transformação da paisagem da cidade de São Paulo”, de autoria de Fany Galender que contribui com a análise de exemplos de espaços livres privados derivados da implantação de edifícios corporativos, mas que são de acesso público.
12 “Sistema de espaços livres e forma urbana de Umuarama”, de autoria de Silvio Soares Macedo e Alexander Fabbri Hulsmeyer, resultado da tese defendida por Alexander sobre os espaços livres na constituição da forma urbana de Umuarama, no Noroeste Paranaense.
13 “Análise Comparativa das Legislações Urbanísticas e Ambientais em Áreas de Urbanização Dispersa e Fragmentada: Estudo de Municípios do Vetor Oeste da Região Metropolitana de São Paulo”, de autoria de Leonardo Loyolla Coelho e Viviane Ribeiro Viana que refletem sobre os espaços livres e a forma urbana na RMSP a partir do recorte dos municípios que formam o vetor oeste metropolitano.
14 “Reflexões sobre a dinâmica da produção imobiliária na Região Metropolitana de São Paulo: os impactos formais e sociais de empreendimentos imobiliários voltados para a faixa 1 do programa ‘Minha Casa Minha Vida” e os lançamentos imobiliários de alto padrão na Granja Viana” de autoria de Verônica Donoso, estudo importante para o conhecimento da constituição da forma urbana da metrópole paulistana da segunda década do século XXI.
Prof. Dr. Silvio S. Macedo – FAUUSP
Responsável pelo Lab. QUAPÁ